No silêncio que segue os aplausos da audiência , passa uma menininha. Uns dois anos , se muito . Empurrada no carrinho de bebê , grita – com as mãozinhas em riste , os dedinhos bem abertos , naquele gesto infantil de bater palmas –: “¡Bién! ¡Vamos!”
E aplaude. Sozinha .
Ao meu lado esquerdo um senhor . Espanhol . Não pela cara branca , as bochechas vermelhas, a estatura e o porte , mas , sim , pelo jeito como , ao gracejo da menina , tentava segurar o riso . Um riso largo , eu vi, mas não pelo que expressava o canto de sua boca , o músculo contraído, mas pelo quão radiantes estavam os seus olhos ...
E a Banda Municipal de Madrid seguiu tocando outros clássicos no coreto do parque do Retiro , ao sol de meio-dia .
*****
Uma última música . Inesperada . Fora do programa . Quando todos já se punham de pé e recolhiam suas cadeiras , encostando-as às árvores , devolvendo-as.