Regressei. Cheguei em casa de madrugada . Tô ali , naquela madrugada sertaneja , frente a frente com a minha casa .
Chamei:
- Ô de casa ! (...) Ô de casa !!
- Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo !
- Para sempre seja Deus louvado.
- É Seu Januário?
- Sim , sinhô .
- To vindo do Rio de Janeiro , seu Januário. Trago um recado pro sinhô . É do fio do sinhô . Mandô até uma coisinha pra lhe entregar . To morrendo de sede ... Quando vim de lá traga um copo d’água pra mim . Copo , não ! Traga mesmo um coco!
Haha... Fiquei olhano pela greta da janela . Aí vinha o véio acender o candinheiro. Escutei o dibungado do caneco no fundo do pote ... No fundo do pote , lá no fundo ! “Dibungo”.
- Quem é o sinhô ?
- Luiz Gonzaga, seu fio .
- Isso é hora de você chegar em casa , seu coisa . Santana! Gonzaga chegou!
- Viva Deus !
E a meninada :
- Êeeeeeeei!!!
De manhã cedo a casa já tava cheia de gente ... Aí eu digo: agora eu vou fazer bonito , vou cantar presse povo . Desembainhei a sanfona e mandei brasa . Quando eu pensei que tava agradano, Raimundo Jacó gritou lá do mei do povo :
- Luiz! Respeita Januário, muleque!
Hahaaaa..."