terça-feira, 7 de junho de 2011

Então imagino ruas vazias e desoladas, e uma tristeza naquele verão sufocante de que eu me lembro que eu andava com um short verde e uma blusinha creme, um vento quente, de sauna seca, sol forte e cabelos lisos, lisos. E às vezes vinham uns vendavais de areia e eu tinha que cobrir os olhos, mesmo como se estivesse no deserto. E as ruas, à hora da siesta, eram desertas mesmo, e eu esperava no ponto de ônibus que, não satisfeito em me mostrar o tempo que faltava para passar o 14, vez ou outra falava: -Autobus línea catorze, dos minutos. E eu lia o que estivesse lendo, ou ouvia Drexler, e passava as mãos nos cabelos, que é isso que eu faço mesmo, o tempo todo, tomando água com gás Vichy Catalana e, incansavelmente, suspirando.


Como Madrid deve estar sentindo a minha falta...

A gente acha que a gente muda – ou que a gente sente – e o mundo muda – ou sente – conosco. Eu, por exemplo, tenho essa ideia de que Madrid morre de saudades de mim.