sábado, 31 de julho de 2010

Mais uma

O clima é de despedida.

Festinhas, abraços e um chororô danado.

Nem é minha a despedida - a minha já foi sofrida o suficiente, obrigada -, mas eu choro mesmo assim. Porque sou chorona mesmo e porque a TPM sempre ajuda. E ultimamente eu estou de TPM o tempo todo, o mês inteiro.

Bem, hoje cortam a internet daqui de casa. Essa semana saímos daqui rumo a... rumo a... não tenho certeza ainda. A princípio, a Sevilla, mas queria ir a Conil de la Frontera pra ver o tal 'flamenco espontâneo' de que Juan tem falado o tempo todo, então... A ver.

Os posts, aqui, no twitter, em qualquer lugar, vão rarear. Pena.

Aos emails que ainda não respondi, tenham paciência. Amo vocês mas ando com a cabeça a 1000 pra responder emails. Aos que me acompanham aqui, sigam firmes e fortes, porque pretendo deixar drops de felicidade (ai, que pretensiosa!) de quando em vez, mesmo que irregularmente.

E, por ora, é só.

É só uma saída de Madri. Uma coisa sem destino, sem data e sem previsão de conclusão. É só deixar Madri pra trás, essa cidade que merece um  milhão de posts, um milhão de referências, uma milhão de saudades.

Para o alto e avante.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Yo soy español, español, español

Eu nem sei se eles se acham mesmo esse fenômeno desportista internacional. Fato é que depois da Copa, Basquete, Tour de France e a "vitória" de Alonso na F1 esse final de semana, pipocam programas de TV ressaltando as glórias espanholas nos esportes.

Não sou entendida em esporte, mas acho válido que ele seja o motivador de uma tentativa de unificação desse país que tenta se por de pé, apesar de uma perna no País Basco e outra na Catalunha.

E esse aí embaixo é o hino daqui, que eu acho muito lindo porque não tem letra, mas não deixa de passar uma emoção enorme. Se quer acompanhar cantando, nada de lálálá, prepare o seu lôlôlô, que é assim que eles fazem por aqui.



Sem desmerecer a nossa pátria amada salve salve, não é lindo?

Lô lô lôôôôô lôlôlôlôlôlô....

*******

Atualização:

Achei um vídeo com o lôlôlô!!!

Essa letra que um fulano canta é porque houve uma época que se tentou atribuir uma letra ao hino, mas, ao que me parece, não colou. O oficial é sem letra. O negócio é o lôlôlô!!

domingo, 25 de julho de 2010

Domingo no parque

No silêncio que segue os aplausos da audiência, passa uma menininha. Uns dois anos, se muito. Empurrada no carrinho de bebê, gritacom as mãozinhas em riste, os dedinhos bem abertos, naquele gesto infantil de bater palmas –: “¡Bién! ¡Vamos!

E aplaude. Sozinha.

Ao meu lado esquerdo um senhor. Espanhol. Não pela cara branca, as bochechas vermelhas, a estatura e o porte, mas, sim, pelo jeito como, ao gracejo da menina, tentava segurar o riso. Um riso largo, eu vi, mas não pelo que expressava o canto de sua boca, o músculo contraído, mas pelo quão radiantes estavam os seus olhos...

E a Banda Municipal de Madrid seguiu tocando outros clássicos no coreto do parque do Retiro, ao sol de meio-dia.

Domingo, 25 de julho de 2010.

*****

Uma última música. Inesperada. Fora do programa. Quando todos se punham de e recolhiam suas cadeiras, encostando-as às árvores, devolvendo-as.

Um público maduro: penteados, cabelos grisalhos, chapéus e leques. Ao som dos primeiros acordes inesperados, param. Ainda de , aplaudem. Incomum aplaudir depois que uma orquestra começa a tocar... Aplaudem efusivamente.

Em seguida, e ao longo de todo o pasodoble, ouve-se o acompanhamento – não ensaiado – murmurado, tímido. Por todos os lados. Preenchem mais do que a música. Naqueles murmúrios, o regozijo de tempos que não voltam mais...

sábado, 24 de julho de 2010

Informativo

Não tenho muitos planos. Eles vão de acordo com o que ainda resta em minhas contas bancárias e com a necessidade de só estar em Salvador em março de 2010.

Lá pra 4 ou 5 de agosto começamos a viajar por aí, começando por Sevilla, voando para o Marrocos, depois Polônia, República Tcheca... Aí eu penso em fazer uma saída estratégica pela esquerda, não sei.

Então que fiz um twitter. Ainda tenho que aprender a ser interessante em 140 caracteres - o que vai ser um tanto quanto complicado, já que mal consigo ser interessante ao vivo ou com caracteres à vontade, como aqui no blog -, mas o twitter vai ser legal para novidades conta-gotas quando não houver computador disponível pra grandes posts em plena Medina de Marrakesh.

Eu, como qualquer ser humano regular mas que queria ser super diferente, bem queria que minha entrada no twitter tivesse sido uma sensação na Europa, América Latina e um terceiro continente à sua escolha. Mas, bem, só tenho 4 seguidores. Para minha motivação e alimentação do ego, vou fingir que todos vocês, que não têm twitter, vão me visitar lá diariamente, pode ser? Se eu perguntar: - entrou no meu twitter?, basta fazer que sim com a cabeça e eu fico feliz.

Pois bem. Prazer, @iracemassm.

PS. Pai, mãe, se vocês não sabem o que é twitter, por favor, hein? Procurem aí no google.

PS 2. Quê? Não sabem o que é google????????

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Só mais uma coleguinha chata

Eu não quero ser uma coleguinha chata...

Mas eu sou.

Eu sou mesmo.


******


O cúmulo foi um coleguinha do cursoque nada mais faz do que dormir e constranger os que estão interessados – relaxar tanto nas 5 horas de soneca diárias durante a aula, que soltou um peido.

Olha, é isso mesmo que vocês leram. É constrangedor de escrever, é risível, é ridículo, é um monte de coisas, mas a verdade é que o tipo soltou um pum no meio da classe. Claro que foi um pum alto, senão eu não saberia quem era o autor. Graças a Deus não foi um pum fedido... Mas ainda assim foi um pum, e eu e outros ouvimos, e acho que a professora ouviu e fingiu que não ouviu, e, poxa, na moral, né? não basta ele e outros pós-adolescentes entrarem e saírem da sala o tempo todo, reclamarem de absolutamente tudo, virem pra assinar a lista de presença, conversarem, fazerem caras e bocas, ainda essa de soltar pum no meio da aula?

Sinceramente.


*****


A classe é bem dividida em termos de interesse: dos 21 alunos, metade é interessada e a outra metade é constituída por pós-adolescentes que, para me irritar ainda mais, vieram com bolsa.

Aí os merdinhas ganham passagem, desconto e estadia e ainda vêm reclamar que nós , os outros 10 que pagamos o curso, a passagem e a estadia, fazemos muita pergunta.


*****


Hoje, ao final de mais uma classe com um ótimo professor – com a diferença de que esse era todo fofo, parecia Papai Noel –, eu tive que ir até ele pedir desculpas. E também olhei enviesado para os coleguinhas que saíam e entravam o tempo todo. E morri de pena do professor-fofo perguntando se havia algo que nos interessava mais, se estava satisfatório, que ele adorava dar aulas, mas que era muito assunto para pouco tempo, que desculpasse qualquer coisa, pois sabia que nem tudo interessava a todos... Teve uma hora que o professor-fofo saiu da sala pra fazer qualquer coisa e deu de cara com o grupinho de pós-adolescentes que faziam absolutamente nada bem na porta da sala. Morri de pena. E depois fui me desculpar pela turma.


*****


Pois, eu nem queria ser chata. Mas tem como não ser?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A princípio, nem era...

...mas, diante de algumas circunstâncias, dedico o post abaixo à minha irmãzinha linda.

Depois vai ver que foi pelo melhor, irmã.

O copo meio cheio*

Eu acho legal que as coisas aconteçam, sempre, exatamente na hora que têm que acontecer. Tendo como base científica essa amostra tão representativa que é a minha própria vida, eu não tenho uma experiência sequer vá em contra dessa máxima.

Via de regra, a gente não percebe. Via de regra, a gente amaldiçoa o acontecimento por tempos e tempos e tempos, até que, um belo dia, pensa: ops!, e não é que eu só estou aqui agora porque aquilo que eu tanto amaldiçoei, por tanto tempo, aconteceu?

Pois é.

Aos percalços e incidentes não previstos (e não desejados) da minha vida, aquele "muito obrigado". Mesmo que a lembrança de tais percalços e incidentes não me faça, necessariamente, feliz...

*Miloca, gracias. Muchas gracias.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Habemus Carteira

Agora toda vez que eu abro a minha bolsa tem lá uma carteira nova.

Eu tenho muito apego a determinadas coisas, mas as piores, decerto, foram essa carteira que o %$&%$# do ladrão me roubou e um pente de madeira que eu esqueci dentro do carro no sol. O pente entortou todo. Mas vocês pensam que eu joguei fora? Não... Não é a minha cara jogar fora pentes de madeira de estimação que tenho há bem uns cinco anos. E esse era tão de estimação, mas tão de estimação, que eu sabia se outra pessoa tinha usado pelo cheiro (sim, eu cheirava esse pente. E não, não ouço sirenes na rua ou homens adentrando a casa com aquele famoso casaco branco de mangas longas). Aí, de tão torto, o pente quebrou. E eu colei. E segui usando até que ele quebrou em quatro partes e eu fiz um enterro do pente.

Foi uma luta comprar outro pente. Uma luta. Anos e anos até achar o pente ideal. Até que, numa viagem, vi uma amiga com um pente que, poxa, encheu meus olhos. Perguntei onde ela tinha comprado, porque certeza que eu voltaria do Capão naquele momento e pagaria quanto fosse pelo tal pente.

Bom, não foi tão difícil achar o pente no BomPreço. Sim, esse mesmo BomPreço que antes era o glamouroso Paes Mendonça. Olha, mas foi a felicidade mais barata de minha vida. Eu era só alegria com meu novo pente, levava na bolsa, cheirava... (Sirenes?? Onde? Onde???). Aí, de tanto amor, esqueci o pente em um lugar qualquer. Eu estava no Rio e até liguei pra lugares pra procurar o pente depois, mas, nada.

Sofri muito...

Juan, vendo meu sofrimento, numa viagem que fez por Pernambuco, me trouxe uns seis pentes de madeira. Foi uma alegria! Eu deixava cada um em um lugar estratégico da casa e, os melhores, um na bolsa e outro no banheiro, bem guardadinho. Mesmo assim, não satisfeita, todas as vezes que ia nessa tão renomada loja - BomPreço - procurava pra ver se achava o tal pente igual ao anterior. Um belo e feliz dia eu achei, e hoje vivemos todos felizes: eu, os meus zil pentes de madeira e o meu olfato.

Pois a carteira, eu nem tinha procurado outra... O sofrimento de perder essa carteira foi tanto, mas tanto, que me sentia traindo a sua memória de sequer pensar, de longe, que poderia comprar outra. E o tempo foi passando e há mais de três meses que eu ando com um troço vergonhoso na bolsa a título de guardar o dinheiro, e tenho um monte de moedas espalhadas por aí. Triste.

Mantenho a esperança de que achem minha carteira. Confio na bondade do ladrão e na justiça espanhola. Fé, hein?! Todos aí na corrente.

Mesmo assim, ontem, na feira d'El Rastro, vi umas carteiras... Nada comparadas à minha, verdade, mas até boazinhas... Comprei. A cor igual à da minha, o modelo bem parecido, as divisões internas, o cheiro (ai, gente, eu sou doida! Cheiro tudo de couro. Tudo!)...

E o pior é que agora toda vez que abro a bolsa e vejo que habemus carteira, bate uma felicidadezinha interna...

Não conta para minha carteira antiga, tá, gente?

domingo, 18 de julho de 2010

Para minha irmã



E não vou nem colocar aqui a foquinha brasileira, que é covardia.

Te Amo, irmã.

Morro de orgulho de você.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nostalgia, boleros, Caetano e um piti.

Esse post nada tem a ver com o blog, mas eu acho que o mundo tem que ver.

Eu estava procurando no youtube uns boleros e sambas-canção dos tempos em que na casa de meu avô ainda se fazia seresta todo final de semana. Essas coisas que a gente vai ficar com saudade para sempre e sempre e sempre, onde quer que estejamos, porque as pessoas que faziam a alegria dessas serestas não estão mais por aqui e não tem jeito. Meu avô ainda está, graças a Deus, e bem fazia a alegria também, mas como maestro. E o que é um maestro sem sua orquestra? Dos netos que gostavam e cantavam aquelas músicas sobraram uns, ahn, três? Três contando comigo e com minha irmã, percebam o drama. Às vezes me pego pensando - e enviando esse desejo pro além - que quando eu morrer quero ser recebida com uma seresta. Por favor, cantem Relógio para mim. Todas as outras também, mas Relógio é minha preferida. Eu toco colher, que cada vez aprimoro mais a arte. E convidem a família de parte de pai para o evento. É só o que desejo para começar bem o meu descanso eterno.

Bem, voltando. É porque no youtube é impossível você entrar para ver uma coisa e, em 5 minutos, não se esquecer o que estava buscando, porque vai olhando as sugestões de vídeos e entrando em um, entrando em outro...

Aí, de Maysa e Dolores Duran, fui cair em Caetano Veloso e esse piti.

E esse é o tipo de coisa que eu, com certeza, faria se fosse famosa. Quer dizer, queria ser famosa só para poder fazer isso.

Com vocês, Caê.

Hace calor... Hace mucho calor

São 38ºC. Pelo menos é isso que marca um dos termômetros na rua. Mas a sensação é essa mesmo, de 38ºC. Não que eu soubesse o que era uma sensação de 38ºC, em Salvador mal passamos dos 30ºC nos picos do verão, maspara perceber que isso é uma sensação de 38ºC.

É um bafo quente. O calor de Salvador nem se compara.

* Lembro de ter sido assim numa viagem de carro Salvador – Fortaleza, atravessando o sertão. Meu avô dirigindo, minha avó ao lado, eu, mãe e irmã no banco detrás. O carro era um monza bem legal, mas, com certeza, frustrado, porque muito subutilizado. O ar-condicionado permaneceu desligado as vinte a tantas horas de viagem. A expressão “ar-condicionado desligado” nunca deveria ser usada em uma frase que se refira ao sertão nordestino. Se ele – o ar-condicionado – existe, se está aí, tem uma missão quase celestial de permanecer ligado enquanto passa pelo sertão nordestino. Desconfio até ser uma heresia mantê-lo desligado. Mas meu avô que acerte as contas com o Divino... Eu, minha avó, mãe e irmã tivemos que acertar as contas com a desidratação, prostração e miragens associadas ao bafo quente que insistia em entrar pela janela escancarada. Igualzinho a Madri.*

É uma quentura diferente. Eu, em Salvador, peguenta e tomando um banho de mar a cada dois minutos, nunca pensei que aquilo era úmido e que havia no mundo verões secos. Claro que o deserto é seco e tal, só que nunca me detive a pensar em que Salvador era úmido – por isso a sensação de muito calor, abafado – e que em outros lugares era seco. Pois aqui a relação úmido X seco se junta às mil e uma comparações entre Barcelona e Madri. Barcelona úmido, Madri seco.

Como está mais quente do que a temperatura normal do corpo humano, a gente, fresquinha depois do banho, pega a toalha para se enxugar e a dita cuja está morna. Veste a roupa que está morna, come um biscoito que, à temperatura ambiente, está morno, tem instinto de sentar nas prateleiras da geladeira e fazer a siesta aí e etc.

A gente lava roupa, toalha grossa, lençol, essas coisas, e elas estão secas em menos de duas horas. Isso porque o varal fica dentro de casa onde nunca bate sol. Dentro de casa, inclusive, é o lugar mais fresquinho do mundo.

E a gente não sua. Fica sequinho. Dorme bem que é uma beleza e ontem até estava um ventinho fresco à noite. Aqui, de fato, funcionam e fazem sucesso aqueles ventiladores que soltam gotículas de água que foram um fracasso de público e crítica quando tentaram colocar em alguns bares de Salvador. Aqui se usa leque. Muito. E é lindo.

Eu acho importante que as pessoas sejam avisadas de que, sim, definitivamente terminou a primavera e que não é permitido, mas uma necessidade premente, que se tome mais de um banho por dia. Pelo menos dois. E que o primeiro, por favor, seja pela manhã antes de sair de casa e compartilhar comigo um vagão do metrô. Aqui em casa estão sobrando uns desodorantezinhos que Juan ganhou de brinde. Assim que, se querem...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tempo

Não vai dar tempo.

Não vai dar tempo agora, porque nunca, para nadatempo.

É assim. A vida é assim, mesmo. Quando vemos, acabou.

Já acabou a promoção e eu não comprei, já acabou o verão e não tenho bronzeado, já acabou o inverno e eu não vi neve – tampouco comprei, e usei, uma infinidade de cachecóis, echarpes, pashminas e gorros; e um trench coat –, já acabaram as férias e não fizemos aquela viagem, já acabou a infância e não subimos em todas as árvores, comemos manga, caju e jambo, já acabou a adolescência e eu não aprendi a cantar Faroeste Caboclo, acabou a faculdade e eu não joguei todo o dominó que deveria, nem fui em todos os Adm Bar, muito menos virei revolucionária (de verdade) do movimento estudantil, acabou o mestrado e eu não fiz amizade com todos os professores, acabou a amizade e eu não peguei o e-mail, acabou o maltado da Cubana e eu não suguei, mal educadamente, até a ultima gota, acabou o pôr-do-sol e eu não me alonguei naquele beijo, acabou o luar e eu não aproveitei a areia da praia, acabou a seresta e eu não aprendi todas as músicas de Dolores Duran e Nelson Gonçalves, acabaram-se as pontas dos dedos e eu não aprendi violão, acabou o filme e eu não anotei a trilha sonora, acabou o livro e eu não marquei aquele trecho, aquela frase, acabou o dinheiro, a exposição de fotografia, o concerto ao ar livre, a exposição de pintores impressionistas, o tempo de tirar o dinheiro do investimento da Vale, os prazos.


Acabou.


Porque acaba e nuncatempo de tudo, mesmo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Só de saudade...

"Coisa que gosto é poder partir sem ter planos

Melhor ainda é poder voltar quando quero..."

Estava pensando que quando voltar ao trabalho - e ao coral - vou pedir para cantar essa música e ninguém vai querer.

Isso é que dá ficar longe tanto tempo.

Droga.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pérola do dia

De um coleguinha do curso:

"No creo que tenemos que llegar tanto como un FODA-FODA, pero sí el princípio de un FODA."

Em plena sala de aula.

Pode?

Fim de Copa

Não sei. Eu não queria que ganhasse a Espanha. Não tem muito como explicar, falamos disso antes, mas eu, simplesmente, não queria que ganhasse a Espanha. Acho que a sensação de estar num país que está celebrando ser el mejor del mundo justamente naquilo que você sabe que talvez seja a única coisa em que seu país é, de fato, o melhor do mundo, é ruim. E ponto. Ponto final.

E o pior de tudo é ouvir dos espanhóis - pasmem, pasmem, pasmem mil vezes! - que essa seleção(zinha) da Espanha os faz lembrar o Brasil de 70. Vou repetir para que fique bem claro: essa seleção(ZINHA) da Espanha os faz lembrar a nossa do Brasil de mil-novecentos-e-setenta-noventa-milhões-em-ação. Olha, gente, entendo muito pouco de futebol. E entendo muito pouco sem pretender entender mais do que entendo.

* Quer dizer, mentira. Seria legal entender de futebol. Mas seria legal entender de arte também, seria legal entender de literatura, seria legal entender de história antiga e de história atual de todo e qualquer povo, seria legal entender de astronomia, seria legal entender de fotografia. Ou seja, seria muito legal um monte de coisa, mas eu mal entendo de mim, o que eu entenderia de futebol, meu Deus? Definitivamente, não faço parte da new generation que agora decidiu o quão legal é mulher entender de futebol e sai por esbravejando análises, no mínimo, risíveis.*

Pois bem, reza a lenda que essa seleção da Espanha é muito boa. Reza a lenda mesmo, porque uma seleção muito boa que não sabe fazer gols, realmente, Galvão... Fica difícil. Eu assisto aos jogos de futebol e minhas análises param em quem está atacando mais, os passes mais bonitos e na posse de bola. Ademais, tem os gols, as chances de gols, os chutes reais a gol. Pronto, eu paro. E é que para a Espanha também. Na minha parca análise, como um time pode se dizer, esbravejar que é bom, se não consegue fazer gols? A impressão que dá é que eles ficam ali armando o time e toca pra , toca pra , e armam o time, e armam o time, armam, e zzzzzzzzzzzzzzzz...

Gente, que porre! Quando uma boa alma consegue colocar aquele banana do Iniesta de cara pro crime, o que ele faz? Nada. É o mesmo que se eu estivesse ali, de cara pro gol. Simplesmente não sabem o que fazer com a bola. Além de parecerem todos uns bananas, ao ficar de frente pro gol eles passam a, de fato, agir como tal e vêm um monte de chutes pra fora, chutes em câmera lenta, chute de presente para o zagueiro, chute no colo do goleiro, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz....

O pior ataque de todos os tempos de um time campeão. É isso que está nos jornais (do Brasil) de hoje.

*****

Ninguém pode dizer que eu não tentei. Ontem até vesti meu abadá (leia-se: camisa da Espanha) e fui para a rua, juntar-me aos 750.000 aficionados que estavam na Plaza de Cibeles, disposta a ficar feliz por eles. Isso apesar do sacrilégio que é comparar essa seleção(zinha) da Espanha à do Brasil de 70. Na rua, me irritei. Sei . Esses gritos de “Somos los mejores! Somos los mejores!”. Melhores de que, gente? Melhores do que quem, com esse time de mierda? Fiquei com raiva. Mais raiva ainda de mim mesma por ter colocado o abadá do Chiclete quando meu coração é Asa. A gente torce, grita "é penta", "é hexa", "é campeão" e tal, mas “somos os melhores”, com essa pinta de desprezo pelo resto do mundo, ainda mais porque são xenófobos, fascistas e campeones? Não. Não merecem. Não merecem mesmo.

E tenho dito.

*****

E, para a gente lembrar o que é uma seleção de verdade, um presentinho pra vocês.

sábado, 10 de julho de 2010

Disseram que eu voltei europeizada

A gente sabe que perdeu um pouco a noção e que assumiu os costumes meio tortos da Europa quando acorda, amarra o cabelo, sem pentear, quase no cucuruto e sai para a rua assim, achando que é muito normal (e é, mesmo) e que Madri é linda, o calor é lindo, usar short e sandália é lindo, a Bahia é linda...

****

Opa! Vai ter show de Caetano aqui, hein?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

FUEDA

a gente (meu pai) paga um curso numa universidade super reconhecida e (a gente) fica verdadeiramente feliz com as aulas, os professores, os coleguinhas, o material, com tudo, sente até saudade do emprego que, esperando, fala o tempo todo da sua empresa e que quer fazer o estudo tendo ela como caso, adora estar se expressando em espanhol o tempo todo e ri boba pensando como é bom que agora entende claramente o sotaque dos venezuelanos e equatorianos... Olha, uma maravilha. Nem se incomoda em acordar às 7 da manhã.

vem o professor falar da velha conhecida Análisis Estratégica (com sotaque, por favor) e de como analisar o ambiente externo e interno através da análise das Fuerzas, Oportunidades, Debilidades y Amenazas.

Pessoal, com vocês, uma análise FODA.

FODA.

Aplausos, por favor.

E todo mundo fica repetindo durante a classe: como vamos fazer a análise FODA? Que precisamos para fazer a análise FODA? Quantas FODA tem que fazer nessa ou naquela empresa?

É assim.

De equilíbrio, harmonia, pratos e panelas

Acho que a harmonia na convivência entre pessoas que não querem / podem pagar uma faxineira é uma questão de equilíbrio. O problema é que se você acha que a situação está equilibrada, provavelmente você está de pernas pro ar fazendo nada enquanto seu amiguinho que tem nojinho do banheiro porco e da piapirâmide” está deixando tudo com ambiente de lar, em vez de chiqueiro. Ou seja, a harmonia na convivência entre pessoas que não querem / podem pagar uma faxineira passa a ser uma questão de resignação do colega de apartamento que tem nojinho. Ou, mais comumente no caso de homens, uma questão de porcaria.

Vejamos eu e Carol. Eu fingia que achava que a situação estava equilibrada (fingia mesmo, Carol. Sorry) porque eu passava roupas uma vez por semana e ela limpava a casa uma vez por semana. A minha desculpa é que imagino que gastássemos o mesmo tempo para cada uma fazer a sua tarefa. Duas horinhas para passar roupa, duas horinhas para limpar a casa. Ademais de limpar a casa, Carol cozinha melhor. Eu fazia questão de lavar os pratos, mas ela, agoniadinha, às vezes corria para a pia. Eu cozinhava também, mas ela é mais criativa e etc e tal. Enfim, o negócio é que lavar banheiro é uma merda, né? E eu nem acho de todo mau passar roupa. Cozinhar e passar roupa são, definitivamente, as minhas tarefas de casa preferidas. Muitas vezes pensei em perguntar a Carol se ela queria trocar a atividade que cada uma fazia por semana, mas muitas vezes, também, ela ia e limpava a casa justamente quando eu não estava. eu fazia, na minha cabecinha, a conta de quanto tempo cada uma levava graxeirando, chegava à conclusão de que, em termos de duração, as tarefas eram compatíveis, e deixava para . Tudo porque eu não queria lavar o banheiro.

* Mentira. Não era isso, não. Eu nem sou gente ruim assim. É que eu acho que limpar a casa tem um método próprio, um jeito. Cada um tem suas manias. Inserir-se na rotina de uma pessoa quetempos limpa a sua própria casa é meio desconfortável. Vai que a pessoa acha que eu não limpei a maçaneta? Vai que acha que eu não limpei o canto do primeiro quadrante do teto da sala? Vai que acha completamente desnecessário eu desplugar todas as tomadas e limpar os fios, um por um, passar aspirador atrás do móvel de três toneladas e etc.? É muito ruim fazer faxina na casa dos outros sendo observado. Por outro lado, eu boto pra lenhar na passação de roupa! *

Pois bem. Aqui na casa de Juan e cia ltda o negócio estava equilibradíssimo aos olhos de Juan. Imaginem. Juan, o amiguinho das cucarachas, achando o negócio equilibradíssimo e a vida um mar de rosas, harmonia e paz. Outros dois roomies de Juan, suponho eu, também achavam que a vida era equilibradíssima. Até que o quarto elemento resolveu se revoltar. Mas vejam bem, o que são sete sacos de lixo sem botar para fora (botar para fora = tranferir do lado de dentro da porta para o lado de fora da mesmíssima porta), não é?

****

Eu tenho um método todo especial para lavar pratos. Coisas que herdei de meu pai-pai. Sobre a sanidade mental das minhas heranças genéticas, tirem suas próprias conclusões.

Antes eu odiava lavar pratos. Odiava. Achava um nojo. Panelas, então, affff!! Mas, gente, com organização e um pouquinho de boa vontade, a sua vida com certeza vai ficar mais bela. Vejam bem, a idéia central remete aos ensinamentos de Taylor, Fayol e, principalmente, à produção em série de Ford. De antemão, há que se considerar alguns aspectos: o tamanho da pia, o tamanho do balcão da pia e o tamanho do escorredor, basicamente. É bom observar se tem alguma coisa muito frágil, também. Essa você lava logo, seca e guarda. Se for taça de cristal, coloca para secar longe do meu cotovelo, por favor.

Bem, o primeiro que se deve fazer é separar os utensílios sujos por classes. Para falar do dia-a-dia, vamos começar com o básico: panelas – organizadas por tamanho, uma dentro da outra –, pratostambém separados por diferentes tamanhos –, copos e talheres. Deve-se começar lavando os copos, que podem, nessa divisão, ficar dentro da pia mesmo – o resto, melhor deixar do lado de fora, cada um no seu quadrado. E por que os copos? Ora, se você tem um escorredor onde ficam misturados copos e pratos e panelas e etc (porque os talheres sempre têm um lugarzinho todo especial), é muito mais fácil colocar, embaixo de tudo, os copos. As panelas e os pratos de sopa, tupperwares e afins, todos podem ficar emborcados em cima dos copos. Captaram? Pois, sigamos.

Copos lavados, passemos aos pratos. Quer dizer, lavem logo os talheresque podem estar dentro da pia, junto com os copos. Às vezes deixo os talheres justo dentro do maior copo cheio de água, para ir soltando a nhaca. Então, perceba que você se livrou de copos e talheres, que são pequenos e chatos na arrumação do ambiente pré-lavagem. Agora, sim, passemos aos pratos. Primeiro os grandes, que ficarão dispostos no fundão do escorredor, em seguida os de sobremesa e pires. Organizados assim, por tamanho, do menor para o maior, fica uma coisa linda de se ver...

* lágrimas me vêm aos olhos... *

Ai ai...

Bom, em seguida os pratos fundos, se houver. Por quê? Ora, meu Deus! Tudo eu tenho que explicar! Veja bem, se não houver mais muito espaço, o provável é que os pratos fundos sejam os mais quebráveis do que ainda resta (panelas, tupperwares e etc.), além de que é facinho facinho emborcar panela sobre pratos fundos. Olha, vá por mim, que no final, além de mais seguro, o escorredor fica uma arvorezinha de natal. Lave os pratos fundos e ajuste eles no escorredor. Se de frente pros outros pratos, de costas ou emborcado em cima dos copos, vai depender do seu escorredor e do seu prato fundo. Essa é uma daquelas regras tiposal a gosto”.

Por fim, lave panelas e tupperwares, do menor para o maior (me recuso a explicar por que, hein). O legal é que, quando você coloca uma dentro da outra elas ficam na ordem certinha de lavar! Não é uma emoção? Ai ai...

Pronto. Emborque as panelas em cima dos copos, dos pratos, em cima de tudo e voilà! Cozinha limpa, escorredor lindo!

****

O método é super eficiente para passar roupas também. Calça com calça, blusa com blusa, tecido com tecido... Experimentem!

Mas se quiserem, oportunamente eu faço um tutorial.

****

Essa inspiração tem o oferecimento da pequena montanha de pratos que havia dentro da pia quando eu cheguei do curso hoje. Tudo graças ao citado mar de rosas, harmonia, paz e amor.

Ser homem é tão legal...