domingo, 2 de maio de 2010

De livros, leitura e biblitecas

Daí que semana passada começaram as minhas aulas de espanhol e eu estou me sentindo uma ignorante completa, incapaz de passar no tal do DELE Superior. Estudei a semana toda. Hoje, domingo, inclusive.

E para que eu pudesse estudar mais e melhor, fui a uma das bibliotecas públicas que tem aqui em Barcelona e que é perto daqui de casa. Uma palavra descreve: encanto.

Para começar que cheguei à biblioteca e é só levar um documento que você se inscreve e pode pegar livros, filmes e cds de graça, lá tem um monte de computadores que são públicos e se pode acessar, de graça, você pode ir para lá - e o ambiente é assim, mágico e silencioso - sentar numa mesa e simplesmente ficar, de graça, pode ir para lá ler jornais e revistas do dia, de graça, pode levar seu filho, porque tem um espaço dedicado a crianças, de graça, pode também ir passear num dia de chuva (e, por que não, de sol), ficar olhando as estantes, andando com cara de deslumbramento - como eu costumo fazer -, tudo de graça. Querem que eu fale mais?

Ah! As estantes ficam abertas ao público. Não é aquele esquema de procurar no catálogo ou na Internet o livro que quer e pedir a um bibliotecário, recepcionista ou o que quer que seja, você mesmo é que vai às estantes e escolhe um livro para chamar de seu por um mês, renovável por mais um. Não tem segurança na porta, assim que, mesmo que você não esteja inscrito, pode entrar na biblioteca, fuçar as estantes, ler o livro que queira enquanto está lá e ir embora na hora que quiser – desde que você não saia com o livro, claro. Programão!

Eu, pra variar, fiquei com aquela minha cara de besta. Na Inglaterra já era sócia da biblioteca da cidadezinha em que morava e usava muito. Programei todas as minhas viagens com guias emprestados da biblioteca, sem contar todos os livros que li em inglês. Mas, com todo respeito e amor que tenho pela Inglaterra, essa de lá não tem muita comparação.

Primeiro dia que fui à biblioteca, com a intenção de me concentrar e estudar e tal, fiquei tão maravilhada que só conseguia andar pelos corredores suspirando e com aquele riso idiota – típico – na cara. Mas também, não tinha lugar pra sentar.

Pasmem.

Corrijam-me se eu estiver dizendo um absurdo, mas qual é a biblioteca em Salvador – quiçá no Brasil – em que não se encontra um lugar sequer pra sentar? Dentre mesas, balcões, sofás e bancos, o único lugar que encontrei para me instalar foi um vão entre duas estantes – isso porque todos os outros vãos entre duas estantes que havia, bem como cada canto, já estavam devidamente ocupados por gente sentada no chão com todos os seus livros espalhados. Imaginem a cena. Lindo demais, não?

É isso!

É isso mesmo que eu queria ao viver mais um tempo por aqui. Queria fazer parte disso, do dia-a-dia de quem é daqui, e se o dia-a-dia de quem é daqui é sentar no chão de uma biblioteca, quer melhor?

Então. Hoje, domingo, fui mais uma vez à biblioteca estudar. Ela abre aos domingos também e eu estava crente de que seria tranqüilo achar lugar, afinal, é domingo, né, pípou.

Ã-han.

(...)

LO-TA-DA.

Repito: lotada.

Por sorte consegui achar um lugar numa cadeira e não tive que sentar no chão de novo.

Ao final, feliz, trouxe dois livros para chamar de meus durante um mês. Renovável por mais um.

Um comentário:

Ilana Marques disse...

aiii.... que saudade dos lugares que nunca fui!!!!
estou louca pra ir ver as bibliotecas e teatros e museus e praças e... tudo!
te amo!!!
saudades!!!

Postar um comentário