sexta-feira, 11 de junho de 2010

Da Copa do Mundo

Coisa mais triste é assistir à Copa aqui. Não sei se porque estou na Catalunha – e não sei até que ponto o resto do mundo faz idéia do quão quer ser distinta do resto da Espanha a Catalunha, chegando ao ponto de não torcer pelo seu país mesmo sendo a Fúria a favorita à conquista do mundial –, se porque no Brasil a coisa é muito mais visceral mesmo, fato é que, para se ter uma idéia, no canal de esportes daqui está passando... tênis.

Ando pela rua e na capa dos principais jornais... política (e velha disputa de misses entre  Zapatero e Rajoy).

Ninguém com a camisa de nenhum time.

Nenhuma bandeirola.

Nenhuma rua enfeitada ou pintada.

Nada de fogos de artifício.

O costumeiro silêncio sepulcral no horário da siesta desta sexta-feira, 11 de junho. Horário esse que combina com o do jogo de abertura África do Sul X México.

Nas varandas das casas a bandeira da Catalunha e, perdida e deslocada numa varanda qualquer, uma bandeira do Brasil.

Nas vitrines o verde e amarelo brasileiro se mistura ao rojo da Fúria.

Eu grudo os meus olhos na telinha, mas do computador. Feliz ao ouvir Galvão Bueno mais uma vez.

Gol da África do Sul. Arrepio. Olhos mareados. O grito de gol, que deveria ter saído emocionado, fica aí, quieto, estrangulado, esperando para extravasar as emoções na terça-feira.

Porque aí, ninguém me segura.