segunda-feira, 14 de junho de 2010

De lugares para chamar de meus


Desconfio que tenha achado o meu lugar em Barcelona.

Finalmente. Porque, em verdade, não há muitas coisas na cidade que me façam sentir acolhida e confortável. Talvez por eu ser esse pedaço de gente rodeada de catalães por todos os lados, talvez por uma série de outros motivos mais profundos que passam por minha cabeça...

De todo modo, passei um dia muito agradável na CaixaFórum de Barcelona. Três exposições - Isabel Muñoz, Jacques Henri Lartigue e Federico Fellini - entrecortadas por dois cafés com leite e uma sessão de curta-metragens espetaculares.

Verdade que falta um lugar qualquer para sentar ao sol - os 27 ºC e o céu azul pedem -, mas a arquitetura "catalã moderna", as cinco salas de exposições variadas, o café e esse "casal" que ora fala inglês britânico, ora ensaia o que parece ser um diálogo teatral (na minha versão romântica, claro, porque bem pode ser um diálogo de um curso de línguas...) em um idioma asiático, me fazem sentir bem. E o sol que entra por um dos janelões perto dos quais eu, estrategicamente, me posicionei.

Chinês! Ela, asiática, acaba de falar em seu inglês indefectível que o que eles ensaiam é chinês.

Eu sigo tomando o meu café lendo a brochura de Fellini, pois me preparo para a última exposição do dia.

E escrevo. E suspiro também, pensando que a vida deveria ser mais recheada de dias assim...