segunda-feira, 19 de abril de 2010

Da série: música e pequenos prazeres

Eu estava no ônibus Barcelona-Madrid. Bom ônibus. Tem até uma daquelas entradas pra fone de ouvido - oferecimento TAM, mas leve o seu fone - e oito estações de rádio.

*Eu adoro música. Adoro mesmo. E adoro rádio, que as músicas já vêm escolhidas, prontinhas pra você. Sou uma negação em fazer um set-list. Passo mais tempo em dúvida sobre o que quero ouvir no meu mp3 super moderno (capaz de rodar em DOS) do que efetivamente ouvindo as músicas. Assim que ter um radinho no buzu me livra de passar horas tensa e gastando a bateria do mp3 sem conseguir decidir o que ouvir - sem contar que, no final, sempre ouço as mesmas coisas (já falei que tenho monomania?): Jorge Drexler e a trilha sonora de Amelie Poulain.*

Dessa vez, só três das oito estações do rádio funcionavam. Uma delas passando futebol. Outra, músicas bregas americanas. Essa última eu ouvi um tempinho; Cindy Lauper, Roxette, Celine Dion e outras do mesmo naipe. Confesso que tive vontade de cantar. Alto.

Mas parei mesmo na terceira estação: música clássica.

Tava tocando Beethoven, concerto para violino, opus 32.

Mentira. Não faço a mínima idéia do que estava tocando. Tampouco sei se isso aí em cima poderia ser o nome de qualquer coisa, inventei só pra fingir que sabia alguma lhufa de música clássica. Não sei. Quer dizer, sei que é bom. Só.

Fato é que eu estava demorando a pegar no sono (Madrid-Barcelona = 8 horas de buzú...). Pensei, então: "Vou rezar, né?! Sempre dá certo e, no meio da reza, eu pego no sono, mesmo... E ainda purifico a alma".

Ato contínuo, ainda com os fones enfiados nos ouvidos, pensei mais: "rezar?".

"Pra que rezar, se essa música é a melhor tradução da oração?"

Um comentário:

Mami disse...

Que lindo filha! amei. Masaharu Taniguti disse que somos feitos de música, lembra?

Bjs da Mami saudosa

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