segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fim de Copa

Não sei. Eu não queria que ganhasse a Espanha. Não tem muito como explicar, falamos disso antes, mas eu, simplesmente, não queria que ganhasse a Espanha. Acho que a sensação de estar num país que está celebrando ser el mejor del mundo justamente naquilo que você sabe que talvez seja a única coisa em que seu país é, de fato, o melhor do mundo, é ruim. E ponto. Ponto final.

E o pior de tudo é ouvir dos espanhóis - pasmem, pasmem, pasmem mil vezes! - que essa seleção(zinha) da Espanha os faz lembrar o Brasil de 70. Vou repetir para que fique bem claro: essa seleção(ZINHA) da Espanha os faz lembrar a nossa do Brasil de mil-novecentos-e-setenta-noventa-milhões-em-ação. Olha, gente, entendo muito pouco de futebol. E entendo muito pouco sem pretender entender mais do que entendo.

* Quer dizer, mentira. Seria legal entender de futebol. Mas seria legal entender de arte também, seria legal entender de literatura, seria legal entender de história antiga e de história atual de todo e qualquer povo, seria legal entender de astronomia, seria legal entender de fotografia. Ou seja, seria muito legal um monte de coisa, mas eu mal entendo de mim, o que eu entenderia de futebol, meu Deus? Definitivamente, não faço parte da new generation que agora decidiu o quão legal é mulher entender de futebol e sai por esbravejando análises, no mínimo, risíveis.*

Pois bem, reza a lenda que essa seleção da Espanha é muito boa. Reza a lenda mesmo, porque uma seleção muito boa que não sabe fazer gols, realmente, Galvão... Fica difícil. Eu assisto aos jogos de futebol e minhas análises param em quem está atacando mais, os passes mais bonitos e na posse de bola. Ademais, tem os gols, as chances de gols, os chutes reais a gol. Pronto, eu paro. E é que para a Espanha também. Na minha parca análise, como um time pode se dizer, esbravejar que é bom, se não consegue fazer gols? A impressão que dá é que eles ficam ali armando o time e toca pra , toca pra , e armam o time, e armam o time, armam, e zzzzzzzzzzzzzzzz...

Gente, que porre! Quando uma boa alma consegue colocar aquele banana do Iniesta de cara pro crime, o que ele faz? Nada. É o mesmo que se eu estivesse ali, de cara pro gol. Simplesmente não sabem o que fazer com a bola. Além de parecerem todos uns bananas, ao ficar de frente pro gol eles passam a, de fato, agir como tal e vêm um monte de chutes pra fora, chutes em câmera lenta, chute de presente para o zagueiro, chute no colo do goleiro, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz....

O pior ataque de todos os tempos de um time campeão. É isso que está nos jornais (do Brasil) de hoje.

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Ninguém pode dizer que eu não tentei. Ontem até vesti meu abadá (leia-se: camisa da Espanha) e fui para a rua, juntar-me aos 750.000 aficionados que estavam na Plaza de Cibeles, disposta a ficar feliz por eles. Isso apesar do sacrilégio que é comparar essa seleção(zinha) da Espanha à do Brasil de 70. Na rua, me irritei. Sei . Esses gritos de “Somos los mejores! Somos los mejores!”. Melhores de que, gente? Melhores do que quem, com esse time de mierda? Fiquei com raiva. Mais raiva ainda de mim mesma por ter colocado o abadá do Chiclete quando meu coração é Asa. A gente torce, grita "é penta", "é hexa", "é campeão" e tal, mas “somos os melhores”, com essa pinta de desprezo pelo resto do mundo, ainda mais porque são xenófobos, fascistas e campeones? Não. Não merecem. Não merecem mesmo.

E tenho dito.

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E, para a gente lembrar o que é uma seleção de verdade, um presentinho pra vocês.